Eu tinha acabado de reunir 19 contos para publicar o meu primeiro livro. Estava procurando um título. Passei pela estante e dei de cara com “A Divina Comédia” de Dante Alighieri. Abri a esmo e deparei com a passagem em que o rio Aqueronte fala: “Por mim se vai à cidadela ardente / por mim se vai à sempiterna dor / por mim se vai à condenada gente”.
Ao ler este trecho, me senti como o rio falante, levando o leitor à cidadela ardente, onde vivem esses personagens do meu livro, que traz flagrantes de situações-limites vividas por pessoas comuns. Como a mulher que reflete sobre a passagem do ano dentro de um ônibus, a criança que pega sarampo e “descobre” Deus, o roteiro noturno de um casal cuja insônia põe em xeque o relacionamento. E por aí vai.
LEITURAS CÊNICAS
Confira as leituras cênicas de alguns contos do livro “Cidadela Ardente”. Os vídeos foram gravados para o projeto “O Outro Escritor na Tela”, com direção de Emerson Coutinho e produção de Sheyla Smanioto. Atores e atrizes que admiro fizeram as leituras cênicas dos meus contos.