A próxima apresentação da peça acontece no dia 25 de agosto no Teatro Municipal Castro Mendes, em Campinas, às 19h, com entrada gratuita. Após o espetáculo, o diretor Roberto Lage e os atores Augusto Zacchi (Gaugin) e Alex Morenno (Van Gogh) convidam o público para uma conversa sobre o processo de montagem da peça. Para mais informações, clique no link acima.
Release da peça:
“De outubro a dezembro de 1888, na pequena Arles, na França, dá-se um encontro explosivo entre aqueles que viriam a ser considerados, futuramente, como dois dos maiores artistas da história da humanidade: o holandês Vincent Van Gogh (1853-1890) e o francês Paul Gauguin (1848-1903).
Escrito por Thelma Guedes para o diretor Roberto Lage, o espetáculo Van Gogh por Gauguin é uma ficção na qual Gauguin, em um agonizante delírio, vive sob o peso de sua responsabilidade em relação ao final de vida trágico do amigo Vincent.A peça, que estreia no dia 22 de abril, segunda (às 20h), na Sala Paschoal Carlos Magno do Teatro Sérgio Cardoso, personifica de forma poética, simbólica e onírica os conflitos e a admiração incondicional entre os pintores.
Como não se trata de um espetáculo biográfico, mas de um encontro ficcional entre os artistas – vividos por Alex Morenno e Augusto Zacchi, respectivamente -, a direção priorizou o trabalho de interpretação para criar um universo cênico que remeta aos padrões cromáticos dos dois pintores, levando o espectador a refletir sobre o que levou essa grande amizade a um trágico fim. Tendo como apoio a pesquisa biográfica que traz à luz, sobretudo, os pensamentos artísticos divergentes de ambos, a peça privilegia questões humanas com a força de seu alcance na vida dos criadores.
Em um febril período de apenas dois meses, em que eles dividem a pequena Casa Amarela, em Arles, na isolada região rural francesa, vivendo e pintando juntos, as profundas diferenças de temperamento e de visão artística provocam embates, muitas vezes violentos, culminando no famoso e terrível desfecho no qual, após uma forte discussão, Paul decide partir de volta a Paris e Vincent reage, intempestivamente, decepando a própria orelha.
Em 1890, o atormentado Van Gogh tenta suicídio com um tiro na barriga, que o levaria à morte no dia seguinte. Gauguin, por sua vez, em 1891, depois de uma bem sucedida exposição, realiza o sonho de ir morar no Taiti. Lá, produz vigorosamente até que, abatido por uma sífilis não diagnosticada, vai sendo excluído da sociedade e abandonado pelos seus. É sobre esse episódio mal sucedido que se pauta o espetáculo Van Gogh por Gauguin. “A intenção é trazer para cena um Van Gogh espectral, fruto do inconsciente delirante de Gauguin que, sofrendo com as consequências da sífilis, acredita estar morrendo”, comenta o diretor Roberto Lage.
Por meio de um exercício dramatúrgico de imaginação, a encenação reinventa o momento em que o efeito delirante do arsênico sobre o pintor o leva a acreditar que Van Gogh está ao seu lado, acompanhado o instante de sua morte e, ao mesmo tempo, forçando-o a se lembrar dos momentos que passaram juntos. Em um ambiente decadente, deteriorado e sujo, ele sente fome e muita dor. E seus delírios colocam o público frente às diferenças entre eles, tanto no modo de ver a vida, de agir e de fazer arte, como na evidente admiração de um pelo outro – assumida por Van Gogh, mas dissimulada por Gauguin, numa mistura de inveja com incômoda admiração.
Do ponto de vista realista, a encenação se passa no atelier deteriorado de Paul, nas Ilhas Marquesas. O tratamento cênico busca, pelas nuances da luz (de Kleber Montanheiro), explorando a paleta de cores dos pintores, uma estética posterior ao impressionismo de Van Gogh ou ao pós-impressionismo de Gauguin. O cenário realista (de Paula De Paoli, também figurinista) é ambientado com moldura, cavaletes e tintas; estruturas de quadros e telas aparecem em outra dimensão, sem revelar as supostas obras. Os figurinos recebem o mesmo tratamento realista, sendo o de Van Gogh um pouco mais lúdico.
Ficha técnica – Texto: Thelma Guedes. Direção: Roberto Lage. Assistente de direção: Joanah Rosa. Elenco: Alex Morenno e Augusto Zacchi. Cenografia e figurino: Paula De Paoli. Iluminação: Kleber Montanheiro. Trilha sonora: Aline Meyer. Projeto gráfico: Paula De Paoli. Fotos e vídeos: Leekyung Kim. Produção executiva: Regilson Feliciano. Operação de luz: Rodrigo Oliveira. Operação de som: Anderson Franco. Direção de produção e administração: Maurício Inafre. Assessoria de imprensa: Verbena Comunicação. Realização: Roberto Lage Produções Artísticas”